"Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração", já julguei muito o sofrimento alheio, já disse que um fato era bobagem quando na verdade, podia mesmo estar doendo dentro do peito de alguém. Há pessoas diferentes, com limites diferentes, e era isso que Sergio Britto quis dizer quando escreveu aquela frase na música Epitáfio.
Talvez para uma garota no auge dos seus 15 ou 16 anos, ter uma paixão rejeitada seja uma das piores dores na vida dela. Enquanto para um adolescente, crescer na ausência do pai seja seu maior sofrimento. São pesos emocionais diferentes, são situações diferentes, mas ninguém pode dizer que ele ou ela não tenha sentido realmente por isso.
Eu mesmo não sei lidar com perdas, não sei simplesmente "deixar ir", alguém por quem eu tenha muito apreço. Mas acredito que diversas pessoas no mundo tão desapegadas, consideram isso fichinha. É normal.
Claro que quando a gente cresce, aprende que dores de amor sempre passa mais rápido, do que a gente pensa, e que a ausência de alguém pode realmente ser substituída. Claro que com o tempo nossa mente muda e passamos a dar prioridades a outros acontecimentos.
Mas o que a gente tem que aprender mesmo é que não adianta temer antecipadamente o sofrimento. Não da pra evitar sempre ter um relacionamento, por exemplo, por medo que no fim aquilo te cause dor. Nem jogar os problemas para debaixo dos panos e fingir que aquilo não esteja te atingindo.
Saber sofrer é sinal de inteligência emocional. Vale chorar, se debater, querer explodir por dentro e para os quatro cantos do mundo. Mas vale também dominar seus sentimentos, coloca-los no seu devido lugar, aprendendo a evitar o sofrimento prolongado e a separar aquilo que deve ser deixado no passado como aprendizagem e aquilo que deve ser carregado para o presente.