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Acho que a reflexão da vida de todas as pessoas quase o tempo todo é: "Por que diabos isso aconteceu comigo?".

A gente quase nunca se contenta que aquilo aconteceu apenas porque tinha que acontecer. Ninguém sabe viver com o inesperado, especialmente se este for em forma de dias cinzas e tempestades. Mas lendo um livro eu consegui entender que se não houver dias cinzas, se não houver tempestade, se não houver problemas, desistências, despedidas, sofrimentos, a vida não continua.
Eu sempre gosto de comparar a vida como uma roda gigante, e olha que eu sempre odiei rodas gigantes, eu nunca entendi qual era a graça de estar lá em cima e despencar com uma velocidade alta para a parte inferir. Mas vamos lá: será que permanecer estático no banco da roda gigante na parte superior, mesmo que vendo a vista mais linda, por anos, seria tão bom assim? Eu só consigo pensar que seria monótono, que seria entediante.
E eu acho que é isso, viver de coisas boas, seria um sonho. Mas se a vida só te der coisas boas, ela não continua, ela precisa destes altos e baixos para seguir fluindo.

Tem um filme que eu gosto muito que se chama "One Day", nele tem uma frase que sempre me deixou intrigada, a frase era a seguinte: "Eu te amo, mas eu não gosto mais de você". E uma incógnita surgiu em minha cabeça, como é possível amar e não gostar de alguém? Até então eram duas coisas bem semelhantes.

Mas eu parei para refletir sobre as pessoas que eu amo, e as pessoas que eu apenas gosto. E acredito que todo mundo tem essa classificação com relação as pessoas que estão presentes ou já passaram em sua vida.
E eu percebi que eu posso amar alguém, mas nem por isso eu preciso gostar dela, das suas atitudes, da sua personalidade, concordar com seus atos e opiniões. Como eu sempre digo, eu não sou a mesma de um ano atrás, sendo assim, ninguém é. Todo mundo muda. E com mudanças pode haver desgostos em relação aquela mudança da pessoa.
Por exemplo, se alguém muito importante na minha vida muda, e eu passo a não gostar de determinado comportamento dela, eu simplesmente não vou deixar de ama-lá, nem de respeita-lá ou admira-lá. Porém eu posso sim não gostar deste comportamento, posso não gostar dessa mudança tanto assim, e consequentemente deixar de gostar um pouco da pessoa, de sua presença.
Amar não significa concordar com tudo, aceitar tudo, admirar tudo.
Amar não significa automaticamente gostar. E as vezes eu até acredito que amar seja deixar a pessoa na qual você ama, viver. Mesmo que de longe, mesmo que de uma forma que você não goste.

A gente segue o famigerado bonde acreditando saber o que é o perdão. Mas a gente lá no fundinho não sabe que não sabe é nada sobre perdão. A gente acha que perdoar é aceitar a traição de um namorado, é aceitar as desculpas de um amigo que mentiu para você, ou até mesmo de um qualquer que te magoou de alguma forma.

Mas perdoar ta além disso. Perdoar é entender que aquilo aconteceu, permanecer ao lado da pessoa, é outra história, não é perdoar.

Perdoar é se sentir leve e não ficar se questionando o tempo todo: "porque ele fez isso?", isso é se torturar, na verdade.

Perdoar é compreender que a pessoa fez suas escolhas, e que teve sua motivação, e perante a sua verdade, ela errou. Perdoar é enxergar o próximo como um ser humano passível a erros, e se sentir tranquilo em relação a isso.

Você não precisa aceitar as desculpas, esfarrapadas ou não, você não precisa fingir manter o relacionamento "como era antes", nem passar o tempo se cobrando um perdão. Você só precisa erguer a cabeça e compreender a situação, porque perdoar é isso, é entender, é compreender, é olhar pelos olhos do outro.

Quando os 20 anos batem na porta, parece que tudo fica de fato mais complicado. Os 20 é uma nova década, um novo ciclo, uma nova vida. É hora de fato de colocar a vida sob um trilho e escolher quais caminhos seguir. Você precisa tomar decisões entre você e você mesma. Mas calma, os 20 anos não é o fim do mundo.



Não é o fim do mundo se você ainda não tiver ingressado na faculdade, não é o fim do mundo se você não tiver arrumado um emprego. Mas já são os famigerados 20 anos, hora de colocar muitos planos e projetos em prática. Hora de pensar mais em você e no seu futuro.
Mas calma, também não precisa se desesperar. Você vai ver, os 20 tem um peso enorme nas costas, mas é sempre assim com todas as idades. Quando você tiver 21 outro novo ciclo se iniciará, uma nova preocupação se instalará e assim vai ser até o final de seus dias.
Então respira, não queira correr contra o tempo. Não coloque a carroça na frente dos bois, como diria minha mãe. Ta tudo bem se você não tem nenhuma experiência profissional.
Não tem problema algum se você não tiver um segundo idioma fluente. Não tem problema também se você ainda não sabe resolver as benditas contas de matemática e muito menos as contas da sua vida. Não queira ter um currículo de cinco páginas, nem as melhores indicações. Ta tudo bem se você tiver só um trabalho publicado.
Afinal, nunca pense que você já tem 20 anos, mas sim que você ainda tem 20 anos. E que não tarde, nunca é tarde. 

Acredito que assim como eu, todo mundo cresce ouvindo falar que se deve ser honesto. Mas quando se pergunta para alguém o que é ser honesto, sempre vão citar uma situação assim ou semelhante: "É quando você acha uma carteira na rua, e devolve para o dono, por exemplo". Mas ser honesto é muito mais do que devolver algo material para alguém. Ser honesto está em muitas outras minúcias do dia a dia. E para ser honesto com os outros, é necessário aprender a ser honesto consigo mesmo.




Afinal, o que adianta dizer que não aprende matemática por conta do professor, se em toda prova que tem, você sempre acaba colando? O que adianta ir em uma instituição religiosa e julgar o amiguinho, porque ele não vai? O que você ganha contando vantagem para Deus e o mundo de uma viagem na qual você fez, sendo que a viagem nem foi tão boa assim?
Não ser honesto não é fazer com que outras pessoas saiam perdendo, como no exemplo do dinheiro. Não ser honesto é também fazer com que si próprio saia perdendo.
Mentir, se enganar, julgar os outros quando você faz o mesmo, tudo isso são motivos de desonestidade, mas dessa vez consigo mesmo.
Colar em uma prova, não te faz ser nenhum espertalhão. Muito pelo contrário, te faz ser uma pessoa fraca, que cai na própria mentira. Afinal, não é o professor no qual está sendo enganado, você mesmo está se enganando.
Mentir que algo que você fez foi muito bom, não vai lhe fazer uma pessoa melhor. Muito pelo contrário, na sua essência, você sabe que aquilo não foi e não te fez tão bem assim.
Manter um relacionamento com alguém que você não gosta mais. Ou até mesmo traí-la, não é apenas enganar o outro. É estar enganando a si mesmo, se propondo a continuar em uma relação que não faz mais bem para ambos.
Em inúmeros momentos da vida, é bonito, é bom, é satisfatório ser honesto consigo mesmo. Em varias situações é necessário colocar a mão na consciência e assumir que você não é bom em uma determinada prática; que aquele relacionamento chegou ao fim; que aquela viagem não foi tão boa assim; que não é o professor, mas sim você que não está afim de aprender matemática; que você deve julgar, mas também deverá estar livre de julgamentos do seu próprio subconsciente.