Doí e sempre doí, mas
aprendi que fora do meu mundinho, do lado de fora das nossas emoções pessoais
está o grande mundo, cheio de filas nos postos de saúde com pessoas a beira da
morte, mães cortando alimentos dos filhos por conta da crise, jovens que perderam
toda sua infância nas ruas tentando conseguir uns trocados pra ajudar dentro de
casa. E não para por aí. Nunca para.
Eu aprendi que por
mais que a minha vida esteja no seu ápice de tortura, há sempre como piorar, há
sempre pessoas em situações piores que a minha. Aprendi que nada dá pra se
reclamar do pouco que tem, quando tem gente que simplesmente não tem nada. E
entre o pouco e o nada, eu ainda prefiro o pouco.
E como diz a grande
Cássia Eller, "lembra quando a gente chegou um dia acreditar, que tudo era
pra sempre, sem saber, que o pra sempre, sempre acaba". Por mais clichê
que seja, nada dura pra sempre, e isso vale também para os momentos tristes, pros
apuros que a vida proporciona, para as maiores dores que existem.
A maioria das pessoas
fecham os olhos para todo o resto do mundo, se fixa apenas aquilo que acontece
consigo mesmo, sabe aquela paixão não correspondida? Pois então, puta que lá
merda, Deus nem pra ter me ajudado, certamente um amor não correspondido é a
pior dor do mundo, não tem ninguém do outro lado da Terra, que ficou
tetraplégico em um acidente ou que descobriu uma doença crônica, não tem dor
pior que a sua.
Mas é claro que tem, e
não adianta crucificar Deus ou destruir quaisquer que sejam suas crenças, por
meros problemas que surgem no meio do caminho. Li num livro que só quando você
tem algo escorrendo por entre os dedos, é que você percebe que tem dedos. Que
só quem esteve em uma corda bamba, sabe valorizar a calmaria dos pés no chão. E
é assim com os problemas, só se sabe a graça de pequenos momentos felizes, quem
já esteve no fundo do poço.
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