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HELLO|SOBREVIVER OU VIVER NO MUNDO?

ENTREVISTA - Móveis Coloniais de Acaju

     Nove homens. Um nome criativo. 17 anos de carreira. E essa é a banda Móveis Coloniais de Acaju, banda de Brasília, formada em 1998. Juntos eles fazem um som meio indie, meio rock alternativo, com influencias de ska. Um dos seus maiores sucessos é a música "O tempo", com mais de um milhão de visualizações no Youtube, que chegou a ser indicado como melhor clip do ano em 2011 pela VMB. Foram três álbuns lançados até então, Idem de 2005, Complete de 2009 e o mais recente de 2012, o De Lá Até Aqui. Apenas com o nome da banda é  possível notar que eles são bem criativos em suas letras e  em seus clipes. E muitas de suas canções foram escritas pelos próprios componentes do grupo. 

  
     
     São nove integrantes e dentre eles, André Gonzales o que canta, Fernando Jatobá o guitarrista, Beto Mejía o que toca flauta transversal, Eduardo Borém o que toca gaita, escaleto e teclado. Esdras Nogueira no sax, Fabio Pedrosa no baixo, Fabrício Ofuji no Móveis, Anderson Nigro na bateria e Paulo Tenor no Sax. E em entrevista com Anderson Nigro, ele pode nos contar mais sobre a banda. 
      
     (Escute a entrevista completa no player abaixo)
     
        

       Para contextualizar melhor, Anderson, quantos anos você tem? Quando você entrou na banda? E como você conheceu o restante dos integrantes?

ANDERSON: Olá Carolina, meu nome é Anderson Nigro, eu tenho 36 anos, há 21 anos sou músico e há um ano e meio sou baterista da banda Móveis Coloniais de Acajú. Meu ingresso nessa banda partiu do convite do grande Gabriel, meu amigo da época de colégio. Eu vi essa banda se formar em 1997. E partiu esse convite dele, pois ele acabou tomando outro rumo na vida dele, ele teve um acidente de bicicleta que quebrou a clavícula, e iria precisar ficar três meses ausentes, isso depois de uma viagem que ele ficou três meses no Estados Unidos. E nesses três meses eu assumi a bateria como sub, fiz uma turnê no Nordeste. A nossa interação foi maravilhosa, foi incrível e eu sou muito grato a ele, sou muito grato à banda, por essa arte nova de participar desse grupo tão bacana e que consegue tocar o coração das pessoas.  

 A banda já está na estrada há bastante tempo, qual o maior sucesso musical de vocês? E qual música vocês mais gostam de tocar juntos?
ANDERSON: Sim, Moveis Coloniais é uma banda que tem 17 anos de estrada. Então o maior sucesso do Móveis é sem dúvidas “O Tempo”, do segundo disco, o disco Complete. E a música que a gente mais gosta de tocar junto, eu não posso falar a gente, afinal são nove pessoas na banda, mas eu posso dizer que uma das que eu mais gosto de tocar, posso dizer que foi a última música que eu tirei, que foi “Falso Retrato”, eu adorei tocar ela, eu acho que ela representa bastante coisa, essa música é do segundo disco também, o Complete. Já do primeiro disco, eu gosto muito de tocar “Sadô-masô” e “Mesmo Ar”, que são muito gostosas de tocar. E do terceiro disco, eu gosto de “De lá até aqui” e “Sede de chuva” que é muito legal.

Desde o início, houve mudanças na carreira da banda, você conseguiu ver uma evolução dela, em qual momento?
ANDERSON: Essa pergunta é muito interessante para mim, já que eu não participei do processo de composição dos outros discos, então eu posso analisar de fora, e é bem perceptível mesmo uma evolução da banda e de amadurecimento das composições. No primeiro disco tem o toque de Ska, com o rock, muita música balca. No segundo disco a parte de rock, de pop, de ska, é bem centralizada em um nível mais acessível. No terceiro disco ele é extremamente pop. Eu acho que as letras tem uma maturidade, “Sede de chuva”, “De lá até aqui”, é perceptível que o compositor tenha tido um amadurecimento. É poesia, as metáforas nessas canções são bem mais formuladas do que no primeiro disco.

O nome da banda é realmente um diferencial, da onde surgiu esse nome? E vocês acham que esse nome diferente, é muitas vezes o que atrai as pessoas a escutarem as músicas de vocês pela primeira vez?
ANDERSON: Realmente o nome, é bem peculiar, é uma brincadeira em relação a uma revolta que aconteceu lá no Nordeste. Isso já gerou muita polêmica na época, mas foi realmente apenas uma brincadeira. Os integrantes da banda, que estão desde o inicio eles são pessoas bem sensíveis, então eu acho que o nome é um atrativo, mas só um nome não é o suficiente para uma pessoa ouvir um som, é preciso que esse nome circule, é preciso de um trabalho de divulgação. 

 Vocês já viajaram bastante, fizeram muitos shows e apresentações, mais qual dos shows ou apresentações teve realmente algo extraordinário, algo que tenha te marcado de alguma forma?
ANDERSON: Realmente Móveis tem viajado muito, já realizou shows em todos os estados do Brasil, mas o show que mais me marcou foi o de Boa Vista, no qual o primeiro show que eu já havia me tornado o baterista oficial da banda. Eu precisei chegar um dia antes no local do show, e eu fui recebido muito bem pelas pessoas, em todos os lugares a recepção é muito boa, mas como eu havia chegado um dia antes eu já havia tido contado com todo mundo, conhecia o pessoal. Foi o primeiro show que Moveis fez em Boa Vista e as pessoas sabiam cantar todas as músicas. O clima na cidade era triste, por conta do acontecimento de um moço que havia atentado contra a própria vida, e mesmo assim o público tornou aquele show cheio de emoção, humano, foi realmente especial, para todos da banda. Uma emoção, foi incrível. 

Em que banda ou artista vocês de certa forma se espelharam e/ou espelham para realizar o trabalho de vocês?
ANDERSON: É vago te responder isso, já que ainda não participei de nenhuma composição, mas eu posso falar pelo que eu vejo. Maskavo Roots, de meados da década de 90, o próprio Paralamas, o próprio Titãs da década de 80, algumas bandas de Brasília que fizeram um cenário mais underground. São bandas que influenciam até hoje a gente, por que é o que a gente gosta de ouvir. Claro, que existem outros compositores como Siba e Hermeto Pascoal que possuem grandes influencias que dão um toque a mais. São muitos nomes, muitas influencias de cada integrante. 

Quais instrumentos você toca? E quais suas inspirações pessoais.
ANDERSON: Eu toco bateria, sei um pouquinho de violão, guitarra e baixo. Faço aula de piano. Cantei durante seis anos em um coral. Fiz aula de canto durante um ano. Minhas inspirações pessoas é a educação, eu tenho a inspiração de tornar um mundo com seres melhores. A ideia é que nos sejamos a reciclagem da Terra, essa é minhas inspirações, essa é minha arte e a música ajuda, ela toca o coração das pessoas. 

Quais os planos futuros para a banda? Há previsões de turnês, lançamentos e etc?
ANDERSON: A transição de 2015 para 2016 foi marcada por produções solas de cada integrante da banda. Cada componente arrumou um trabalho solo, já que ficaram muito tempo compondo para banda. E eu acho isso justo, para dar uma reciclada nas composições. Então agora estamos lapidando novas músicas, para um novo material. Então esse ano para o ano que vem provavelmente um novo disco será lançado, além do extra de comemoração, afinal o ano que vem são 18 anos de carreira de Móveis Coloniais de Acaju que não pode passar em branco, então muita coisa especial vem por aí. 


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