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HELLO|SOBREVIVER OU VIVER NO MUNDO?

Eu não sou a mesma de um ano atrás!


Hoje com dezoito anos nas costas e pensar em como as coisas mudaram em tão pouco tempo, é realmente assustador e nostálgico. Não, não é só o fato de que quando eu era criança apenas me preocupava com a cor em que eu iria pintar um desenho, ou que horas iria passar um programa infantil na TV. É bem além disso, é ver como eu não sou a mesma de um ano atrás, de quando eu fui embora de casa, pensando que voltaria a mesma, mas não. Em um ano tudo mundo. Eu cresci e olhar pra trás aperta um pouco o coração.
Eu juro que ainda queria ser aquela menininha que acreditava no brilho que existia no amor entre os mais diversos casais, queria ainda ter um pouco daquela inocência, daquela esperança de que ainda há pessoas boas na vida. Mas eu não sou a mesma de um ano atrás, eu não tenho mais um pé atrás com aquela coisa do amor que eu vejo por ai, eu tenho o corpo inteiro atrás, por receio. Aprendi que não importa onde você esteja, não dá pra se confiar em pessoas nem com muito tempo de convivência, imagina em alguém que você mal acabou de conhecer, afinal pessoas podem ser tão más.
Eu queria ainda ser aquela garotinha que queria ser um milhão de coisas ao mesmo tempo, que pensava que dava pra viver bem apenas fazendo aquilo que se gosta, que se estudar um pouquinho, a gente já consegue tudo que quer. Afinal dentro de casa sempre foi assim, uma mão lava a outra, se você lavar uma louça pra ajudar sua mãe por exemplo, certamente ela pode te dar um agrado posteriormente. Mas eu não sou a mesma de um ano atrás, e sei que se está difícil ser uma só na vida, imagina querer ser várias coisas, sem chance. Aprendi que gostar do que se faz é maravilhoso, mas ninguém vive de amor, então é preciso sim que aquilo que se faça, te dê um capital para sobreviver. E que nada na vida é fácil, já estive perto do vestibular, já tive perto de arrumar um emprego, já estive perto daquela apresentação mega difícil na faculdade, e certamente essas ainda não foram as maiores dificuldades da vida. Por que eu aprendi de verdade, que nada é fácil.

Queria ser aquela que um dez na prova de matemática era motivo de muita alegria e admiração. De achar que ninguém se preocupa com a aparência e que não dá nada ser um pouco desleixada com as coisas. Aquela que reclama de ter que acordar cedo só para ir na escola, e torcer muito para que tudo aquilo acabe logo. Mas eu não sou mais a mesma de um ano atrás, e hoje vejo que tirar dez em uma prova de matemática não te tornas merecedora de nada, perto de outras conquistas maiores que você pode fazer. Perceber sim que as pessoas se preocupam com a aparência e chegam a te olhar torto quando aquela blusa que você está usando não seja mais da moda. Além de tudo, percebi que acordar cedo e ir para a escola, era a melhor coisa que tinha, perto das próximas coisas que eu terei que fazer na vida, e que torcer para que tudo aquilo terminasse foi o pior  desejo que eu podia ter, pois quando tudo aquilo terminou, não foi embora só todo meus amigos, professores e todas aquelas matérias chatas, mas ficou no passado, um pedaço de mim, que já não existe mais. 

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1 comentários:

  1. Excelente texto! Compartilho deste gostinho amargo que fica na boca quando lembramos que desejamos que certas coisas (que agora para nós são preciosas) passassem rápido.

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