“Eu devia sorrir mais, abraçar meus pais, viajar o mundo
e socializar”. Estive parando para pensar, o tanto de coisas que eu devia
fazer. Mas tem um tanto de coisas a mais que a gente precisa também fazer, não
por prazer, mas por necessidade. Como estudar, trabalhar, levar o filho na
escola, limpar a casa, levar o lixo para fora, fazer comida, lavar a roupa,
tomar banho, que no fim do dia, não sobra nem tempo, nem força para fazer algo
que lhe dá realmente prazer de fazer. E todos os dias se seguem assim, como se estivéssemos
no automático. Como se fossemos programados apenas para fazer isso.
Quando a gente é adolescente, e estamos no ensino
fundamental e tem gente pra caramba na nossa orelha falando “você tem que
escolher o que vai querer ser”, a gente logo pensa que temos que fazer o que
gostamos. E é óbvio que temos que escolher algo para fazermos o resto da vida,
que nos dá prazer. E fui isso que fiz. Mas chega um momento da vida, que
querendo ou não, isso vira apenas uma utopia. A gente precisa fazer um trilhão
de coisas, que nem sempre a gente gosta, por dinheiro, por sobrevivência, por
pura necessidade. A gente acaba indo na aula da faculdade “só por presença”,
para não reprovar naquela maldita matéria. A gente tem que aguentar ir ao
trabalho todo dia, para receber no fim do mês e ter dinheiro para pagar as
contas. A gente tem que levar o lixo para fora de casa, para que não ter que
viver no meio de um monte de larvas. A gente tem que fazer tanta coisa. Que a
maior parte do tempo à gente só está seguindo o nosso cronograma, o itinerário
da nossa rotina. E essas coisas acabam sendo prioridade, enquanto coisas que
eram realmente foda e que nos davam prazer de fazer, a gente deixa de lado,
porque a rotina, o automático nos consome tanto. Isso não é um texto que vai
ter um final feliz ou uma dica de superação, é realmente só um texto para você
refletir, sobre sua vida, sobre coisas que te dão prazer, coisas que você
deixou de fazer, mas que devia.
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